sexta-feira, 29 de junho de 2012

FÉRIAS E RESPONSABILIDADE CRISTÃ



Em nossa região o mês de julho é tradicionalmente tido como mês de férias. Mesmo quem não tem férias do trabalho neste mês dá o seu jeito de pelo menos nos finais de semana sair de Belém para se encontrar com os amigos em algum lugar deste belo  Pará ou fora daqui.
Férias, férias do trabalho, da escola, da faculdade, férias dos afazeres da casa. Ah! Como é bom tirar férias!
As férias nos trazem uma renovação do corpo e esta renovação afeta muito e em especial a nossa mente, pois ela pelo menos neste período  deixa de receber grande número de informações voltadas para o trabalho e outros afazeres da vida cotidiana e passa a absorver informações que agradam a mente e o coração. Tudo isso é muito bom, porém nós não temos e nem deveremos dar férias à nossa vida espiritual, pois é ela que nos sustenta quando estamos ou não de férias.
Participar da missa, continuar a nossa missão na Igreja e no mundo, dar testemunho todos os dias, viver em oração são ações que não nos permitem tirar férias, por isso deveremos estar bem atentos como e onde serão as nossas férias e acima de tudo como devo conciliar esse período com as minhas responsabilidades diante de Deus e dos homens.
Portanto  temos que ser coerentes e saber viver com fé em todos os momentos de nossas vidas, inclusive nas nossa querida e esperada férias.
Que Deus esteja sempre presente nas nossas vidas para que as nossas atitudes não nos traiam, assim é que com Deus, para Deus e com os irmãos saberemos curtir as nossas férias.

segunda-feira, 4 de junho de 2012

MISSÃO OU PROFISSÃO?


A partir da juventude aparece o problema do trabalho. Que profissão escolher? Muitas vezes as pessoas nem podem escolher, devem aceitar o que o mercado do trabalho oferece. Surge aqui uma pergunta: há alguma relação entre a profissão que exercemos e a vida como missão? Costuma-se separar as duas opções: profissão é uma coisa, missão é outra. Será que é assim mesmo? Não se trata de separá-las, mas de integrá-las.

Neste caso, a prioridade deve ser pela missão. É mais importante. A vida é missão sempre, em todo momento, também no trabalho. Trata-se de integrar o trabalho no projeto mais amplo da vida como missão. Se, por exemplo, a missão que damos à vida é trabalhar por uma sociedade justa, solidária, honesta; se nós queremos viver um estilo de vida sóbrio, ecológico, claro que isso vai repercutir na profissão que exercemos. A missão dá sentido e sabor à profissão. Às vezes, questiona, interpela, provoca, denuncia maneiras erradas de exercê-la.
Há o perigo de exercer a profissão de maneira mecânica, repetida, rotineira, sem novidade. Isso acontece bastante nas profissões dependentes. Há também o perigo de reduzir a profissão a interesses mesquinho, egoístas, visando unicamente o lucro. Muitos fazem da profissão um meio para explorar, dominar, humilhar, corromper, exercem a profissão sem ética, sem valores, sem dignidade, movidos por uma concorrência cruel e destruidora. Onde está a missão na profissão?
A missão, aquela verdadeira, dá sentido à profissão, dá-lhe vida, mais criatividade, mais autenticidade, mais gosto. A missão questiona, ilumina, orienta a profissão; anima e denuncia, quando for preciso. A missão situa a profissão num projeto de vida maior; a missão é mais abrangente, mais dinâmica, vai sempre além da profissão.
A relação entre missão e profissão se nota melhor depois que as pessoas se aposentam do trabalho. O que pode acontecer? Uma pessoa de uma comunidade contou cera vez que tinha ido visitar um casal amigo. O marido havia se aposentado fazia poucos meses. Viu que ele estava agitado, queixava-se, reclamava um pouco de tudo; chato mesmo. A esposa a certo momento não aguentou mais e falou alto ao marido: “Ó marido, depois que você se aposentou, se tornou insuportável nesta casa. Por favor, vai fazer qualquer  coisa por aí afora, só velha em casa para comer e dormir, como antes”. Que foi que aconteceu na vida daquele marido? Ele exerceu sua profissão honestamente, mas de maneira mecânica, batendo o ponto, sempre a mesma coisa. Nada de encarar a vida como missão. Ao aposentar-se ficou meio perdido, sem saber como utilizar o tempo. E deu nisso.
Há um grande desperdício de energias preciosas nas pessoas aposentadas. É sinal evidente de que a vida não foi, nem é vivida como uma missão. Se a missão tivesse sempre orientado sua vida, ao aposentar-se teria se perguntado: e agora, com tanto tempo disponível, que vou fazer? Como fazer da vida uma missão m tempo de aposentadoria? Que projeto vou assumir? Que tipo de serviço eu posso fazer em família, na comunidade, na sociedade? Será que todos os aposentados levantam estes questionamentos? E o número de aposentados está aumentando cada vez mais.
A vida como missão é linda! A missão nunca aposenta, tira sempre a vida do estacionamento. A missão recria, valoriza as imensas energias da vida das pessoas, escolhe serviços, de acordo com as situações. A missão ajuda a viver, empolga, enche de dinamismo e de esperança, sabe combinar paciência impaciente e impaciência paciente. Que bom fazer da vida uma missão! Portanto, o desafio é fazer da profissão uma missão. A tragédia seria reduzir a missão a uma profissão, um prejuízo enorme.
(Extraído da obra do Padre Luís Mosconi – A Vida É Missão)